"Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo
contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis
fruto, e o vosso fruto permaneça; afim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em
meu nome, ele vo-lo conceda." João 15: 16.
Introdução
A igreja exerce um papel profético. Embora enfrente
crises e obstáculos, tem a grandiosa promessa de Jesus: “Eis que estou
convosco”. Seu grande desafio é permanecer firmada em Jesus, a fim de dar
fruto, Jo 15: 5.
Para que os planos e estratégias da Igreja sejam bem-sucedidos, cada crente
precisa entender que não foi chamado para viver dentro das quatro paredes do
templo. Ele precisa ser o sal da terra e a luz do mundo, pregar contra o pecado
e ter uma vida frutífera, Mt 5: 13 e 14. Este é nosso tema de hoje.
CHAMADOS PARA FRUTIFICAR
Na alegoria de João 15: 1-27, Jesus se apresenta
como sendo a “videira verdadeira”. Seus discípulos são os ramos e só frutificam
se estiverem ligados a Ele, fonte verdadeira de vida. Nesse processo divino,
todo ramo que não dá fruto é cortado e lançado fora; e todo aquele que dá fruto
requer um cuidado especial, para que frutifique ainda mais, v. 2.
A vida de frutificação pregada por Jesus precisa ser vista como base de
crescimento e maturidade da Igreja. Deus não está interessado em salvar o
pecador simplesmente para usufruir de suas bênçãos. Ele requer de cada cristão
uma vida frutífera.
a) O chamado é para
todos. Não são apenas alguns que precisam santificar suas
vidas, orar, pregar a Palavra, etc. Todos os salvos têm os mesmos compromissos
diante de Deus. Quando o Senhor voltar para buscar sua Igreja, pedirá contas a
todos, 2 Co 5: 10.
b) O compromisso é pessoal, Jo.15: 4. Jesus atribui a cada cristão a missão de trabalhar
pelo crescimento da igreja. Essa individualidade implica compromisso pessoal e
envolvimento diário por parte de cada um de nós, como um corpo bem ajustado, 1
Co 12: 12.
TRABALHANDO OS TALENTOS
Deus jamais exigiria de um cristão uma vida de
frutificação sem antes prover os recursos necessários para o trabalho. Se não
fosse assim, poderíamos nos escusar quando o Senhor viesse para ajustar as
contas com sua igreja. A parábola dos talentos, narrada em Mt 25: 14-30,
ilustra esta verdade. A história diz que certo homem ausentou-se de sua terra e
entregou seus bens a seus servos, para serem trabalhados com disposição,
seriedade e coragem. O que nos ensina esta passagem?
a) Talento gera
talento. O homem que recebera cinco talentos ganhou com eles
outros cinco; o que tinha dois granjeou outros dois, w. 20 e 22. A diligência
levou à multiplicação. Então, se talento gera talento, poe-se dizer que ovelha
gera ovelha. Para tanto, cada crente precisa colocar suas aptidões cristãs a
serviço do Reino de Deus. É maravilhoso saber que quando usamos nossos talentos
e dons na obra de Deus, a Igreja é favorecida e abençoada.
b) Frutificar
requer esforço e trabalho. Os servos se esforçaram para que os talentos se
multiplicassem. Trabalharam com seriedade, porque sabiam que seu senhor haveria
de voltar a qualquer momento e pediria contas dos bens. Aquele que recebeu um
talento nada fez para que o valor recebido fosse multiplicado; sequer o
entregou aos banqueiros, v. 27.
Na vida espiritual também é assim. Nada acontece sem que haja esforço, empenho,
disposição e amor. O Senhor disse a Josué: "Esforça-te, e tem bom
ânimo…" Js 1: 9.
O PERIGO DE UMA VIDA
INFRUTÍFERA
Para ilustrar este ponto, vamos à parábola da
figueira estéril, Lc 13: 6-9. Aprendemos as seguintes lições:
a) Fidelidade e
privilégios. O Judaísmo foi comparado por Jesus a uma figueira
infrutífera. Esperava-se que entre o povo escolhido houvesse fé, devoção,
contrição e santidade. No entanto, havia apenas formalismo religioso e pecados
ocultos. Deus não queria folhas, mas frutos. Deus exige fidelidade proporcional
às aptidões espirituais que Ele nos concede.
b) Uma igreja
infrutífera. Qual não foi a decepção do senhor da vinha que,
durante três anos, não pôde encontrar um fruto sequer em sua plantação. O povo
escolhido não estava correspondendo ao chamado de Deus. Por isso, estava sendo
infrutífero em suas realizações, como uma planta que ocupa a terra inutilmente,
v. 7. Muitas igrejas hoje assemelham-se ao Israel daquela época. A cada ano
Deus tem procurado frutos, mas nada tem encontrado.
CONCLUSÃO
Assim como a figueira, o cristão infrutífero na
vida espiritual corre o risco de ser cortado. O que contribuiu para que a
figueira infrutífera não fosse cortada foi a pronta e amorosa atitude do
vinhateiro, Lc 13: 8, 9. No entanto, nada se sabe sobre o seu o seu fim. Mas,
uma coisa é certa, ela teve a oportunidade de continuar plantada, para
apresentar os frutos ao seu senhor.
Deus tem dado a cada crente muitas oportunidades de se envolver com o
crescimento da igreja. Vamos aproveitá-las e, com muita dedicação, fazer a obra
do Senhor.
Autor: Pastor Josias Moura
Adaptações Pr. Deferson Feitosa